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terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Chico Mendes. O Defensor da Natureza

Criado na Floresta Amazônica, sem jamais freqüentar uma escola e tendo de trabalhar desde os 9 anos como seringueiro, Francisco Alves Mendes Filho, conhecido como Chico Mendes, foi responsável pela mais eficaz militância ecológica já ocorrida no país, tornando-se símbolo mundial da luta pela preservação da Amazônia. Para evitar a devastação da floresta e conservar o modo de vida dos habitantes locais, quer fossem índios, seringueiros, ribeirinhos ou pescadores, pregava a sua organização, a negociação pacífica com os pecuaristas e a criação das reservas extrativistas: áreas protegidas para usufruto da população que vive da exploração de recursos materiais renováveis e que deve, por lei, combinar preservação ambiental e desenvolvimento econômico e tecnológico. Provocou, no entanto, a ira de fazendeiros da região, sendo assassinado, em 1988, por Darli Alves da Silva e seu filho, Darci Alves Pereira. Sua trajetória política iniciou-se quando participou do II Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), defendendo a tese Em Defesa da Floresta. Ao final do Congresso, foi eleito suplente da diretoria nacional do órgão. No final dos anos de 1970, ajudou a fundar os primeiros sindicatos do Acre, com o apoio da Confederação dos Trabalhadores Agrícolas (Contag) e da Igreja Católica. Em 1985, organizou o I Encontro Nacional de Seringueiro, destacando-se como principal liderança da região. Nos anos seguintes, mantendo incansável luta pela preservação da floresta, recebeu o reconhecimento internacional. Foi visitado por membros da Organização das Nações Unidas (ONU) e recebeu o Prêmio Global 500, conferido a pessoas que se destacam na defesa do meio ambiente. Em 1988, meses antes de sua morte, o governo federal, por meio do Ministério da Reforma Agrária, instalou a primeira reserva extrativista na Amazônia, cuja responsabilidade de organização ficou a cargo do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri. Atualmente, existem aproximadamente 21 reservas, ocupando mais de 3 milhões de hectares da floresta. Depois de um século de trabalho semi-escravo devido à exploração da borracha, os seringueiros passaram a ser reconhecidos como uma categoria especial de trabalhadores rurais, que tanto vivem dos produtos da floresta como lutam por sua preservação.

5 comentários:

  1. Em meio a tantas desigualdades sociais em que o homem é um mero produto do meio em que vive e é subordinado aos "grandes" por muitas vezes se achar inferiores e não conseguir lutar,se defender;vemos o Chico Mendes que mesmo portando de poucos recursos soube expor seus pensamentos,denfender a natureza e lutar pelos excluidos que "viviam" em regime de escravidão.Obrigado por que pessoas como você sÃO motivo de orgulho para o nosso país.

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  2. Ótimo post. Estou lendo o livro-reportagem: "Chico Mendes: Crime e Castigo" do jornalista Zuenir Ventura e esta leitura me auxilou a entender mais sobre a vida de Chico Mendes.

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  3. Hoje se desmata a reserva chico mendes para criar gado. Os reporteres vão lá, denunciam, sai na globo e o governo nada faz.Por que?

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  4. Hoje se desmata a reserva chico mendes para criar gado. Os reporteres vão lá, denunciam, sai na globo e o governo nada faz.Por que?

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